2024-06-18-A-Farsa-do-Amor-Romantico
No início, um brilho, um fulgor dourado,
Promessas eternas em olhos vidrados,
Mas o tempo, implacável, desgasta e apaga,
O que antes reluzia, agora se esvaga.
Era uma vez um vaso, perfeito, íntegro,
Mas ao cair, sua forma muda, é o desígnio,
Por mais que se tente juntar os pedaços,
Nunca mais será o mesmo, mudaram os laços.
A era finda, o ciclo natural,
Nasce, cresce, frutifica, e afinal,
Morre, deixando apenas lembranças,
De um tempo em que existiam esperanças.
As palavras que antes se escondiam,
Na sombra do medo, que as calava,
Agora fluem livres, sem censura,
O que era sussurro, agora brava.
Prazo de validade para o amor,
Será que assim não se evita a dor?
Cansamos de nós mesmos, do toque,
Quando o desejo vira um mero choque.
Não me sinto desejado, não há mais fervor,
Ela encontra consolo em outros, sem pudor,
E assim, a farsa do amor romântico,
Se revela, apenas um sonho errático.
O amor que vendem, que nos fazem crer,
É uma ilusão que se desfaz ao viver,
A realidade é dura, fria e constante,
E o que resta, é seguir adiante.