A eterna mutação do desejo
No labirinto da mente, o desejo se esconde,
Uma chama que arde, mas constantemente muda de tom.
Lacan nos diz, em sussurros e contos,
Que o desejo é o eco do que o Outro quer, em seu som.
Mutável como o vento, inconstante como o mar,
O que desejamos hoje, amanhã pode mudar.
Buscamos entender, decifrar, compreender,
Mas o desejo escapa, sem se deixar prender.
Bancar o desejo, um desafio sem fim,
Pois o que queremos, muitas vezes, está além de mim.
No espelho da sociedade, vemos nosso reflexo distorcido,
E o que pensamos querer, pode ser o que o Outro tem decidido.
Sublimamos, transformamos, tentamos redirecionar,
Mas o verdadeiro desejo, será que podemos encontrar?
Na dança da psique, entre o consciente e o oculto,
O desejo se move, em um jogo astuto.
É possível entendê-lo? Ou estamos apenas a divagar?
No teatro da vida, o desejo é o ator que nunca para de atuar.
E enquanto buscamos, em meio à complexidade e confusão,
O desejo nos guia, em sua eterna mutação.