A minha primeira sessao de Daime Rape
Parte 1
Chegando no local, observei que era um lugar bem bonito, bem integrado com a natureza, tinha um gramado bem extenso e vasto. No meio do gramado tinha uma pilha de madeira que seria a fogueira.
Não demorou muito para a sessão começar.
Fizemos uma roda, todos deram as mãos e começamos a rezar.
Logo após, os lideres chamaram os novatos para dar mais detalhes do ritual , mostraram o local para fazer a limpeza (vomitar) e nos passaram algumas regras básicas.
Não demorou muito e lá estava eu tomando a primeira dose do Santo Daime (nossa, só de lembrar o nome já me dá mó enjoo).
Peguei o meu coberto, estendi ele na grama e fiquei em pose de meditação (achava eu que iria ficar na quela pose a noite toda kkkkk).
Logo eu comecei a viajar. Eu fui para situação da minha vida onde eu desejo mudar ou melhorar, era como se fosse um filme, onte eu via uma cena especifica e poderia pausar e tentar entender meus sentimento e ações (como se eu fosse um critico de arte manja ?).
Me chamaram para a segunda sessão. Como estava me sentindo ? Um pouco enjoado, sem fome e sem cede.
Ai tive a brilhante ideia de tomar uma dose dupla (foda essa minha mania de não ter meio Luã, ou eu esperimento as coisas intensamente ou eu não esperimento.)
Pensei, tomei uma dose só e fiquei de boa, não vai dar nada.
Voltei para o local onde estava, senti uma sensação que estava em um ventre e eu era um Bebe prestes a nascer. Como estava me sentindo ? Um pouco mais enjoado devido ao gosto do Daime, mas com uma super sensação de acalanto.
Chegou uma hora que o meu corpo falou pra mim, Luã tudo em ordem por aqui, fique tranquilo, mas vc terá que ir no banheiro. Pensei, blz, vou no banheiro e já volto para o meu “Utero”.
Comecei a ter uma imensa dor de barriga e uma sensação de mal estar (muito parecido, como se eu tivesse bebido muito, na verdade foi a mesma sensação). As coisas com o meu corpo foram piorando exponencialmente, era como se o meu corpo estivesse falando, “Seu porra, o que vc fez comigo”.
Comecei a ter ânsia de vômito no banheiro, ai eu lembrei que não poderia vomitar lá pois iria sujar tudo e outras pessoas iriam usar depois de mim.
Graças a Deus consegui sair do banheiro a tempo. Lavei a mão rapidamente e estava indo em direção do local de limpeza, não deu tempo. A forma que vomitei era como se estivesse saindo vários espíritos do meu corpo, foi um ato de limpeza mesmo (horrível, doloroso mas libertador tb). Acho que eu fiquei por volta de 10 min vomitando. Logo, os responsáveis pelo local, vinheram me ajudar e ver se eu precisava de alguma coisa. O Samuel (Instrutor/Lider/Pessoa maravilhosa e especial) veio me explicar o processo que estava passando, tive tipo um dejavu, lembrei de uma cena que eu devo ter vivido um dia (como espirito) onde eu estava no umbral (inferno) passando muito mal e um espirito de Luz (comparei com o Saumel) veio me ajudar me orientes e conscientizar o que estava passando.
Depois de conversar com o Samuel, eu voltei para o meu lugar, nesse momento eu estava em um outro estado de consciência. Dessa vez não era apenas o Luã (parte do Luã consiencia/conciente/eu mesmo como me conheço) mas tinham varios eus que falavam dentro da minha cabeça, eles poderiam ou não ter uma forma bem definida e poderiam ou não representar uma parte do meu corpo.
Os Luãs que eu mais interagi foi o Luã Corpo Físico :
Ele representava toda a minha casca que o meu espirito habitava. Ele que era responsável por gerencia o meu corpo assim como funções digestivas, sanguíneas, musculares e sensoriais como dor, calor, frio, prazer, etc …
Uma coisa que tive que alinhar com ele foi a respeito das limitações do meu corpo, ele começo e me mostrar todo o trabalho que ele tinha para processar algo, ter um resposta eficiente a exercícios e o quanto era dificil o trabalho dele. Ele me falou que estava fazendo o seu melhor e pediu pra ter compaixão quando eu nao conseguisse os resultados esperados.
Luã Estômago :
Ele não era um indivíduo da mesma forma que era o Luã Corpo Físico ele era uma composição, mas tinha a sua propria individualidade. Ele me agradeceu imensamente por ter alterado a minha dieta des da época do Crossfit (onde passeia a comer melhor) até agora onde não sobrecarrego ele mais com gorduras e carne animal. Me explicou teria que enviar algumas sinapses de dor devido as coisas que eu tinha ingerido (as doses de Daime).
Eu questionei o Luã Corpo Físico, porque vc tem sempre que se comunicar comigo através da dor, vc não poderia dar um sinal e pronto eu entenderia, algo está incomodando o meu corpo, tenho que pensar em algo para resolver. Falei também, a todo momento vc fica reclamando pra mim as coisas que te incomodam como se eu tivesse a solução pra tudo “PARA DE ME ENCHER”.
O Luã Corpo Físico respondeu : Me perdoe mestre por ficar te incomodando, o problema é que o unico canal eficiente de comunicação que nos termos é pelas sensações. Podemos tentar aprender técnicas que não te incomodam tanto ou que seja uma coisa mais natural, mas é o que temos hoje.
Mergulhei em um poço cheio de gratidão, obrigado corpo, por funcionar tão bem e ter tanta paciência comigo.
Voltei novamente a posição fetal e tentei descansar novamente.
Parte 2
Parte 2
Estava muito incomodado com os insetos e com a grama espetando o meu corpo (pensei, nossa essas coisas tão pequenas estõa me incomodando tanto, como estou desconectado com a natureza e o planeta).
Depois de pensar muito resolvi, nossa já vivenciei muita coisa, chega , vou dormir no carro. Juntei as minhas coisas e foi para o carro. Senti um desconforto maior do que estava na grama. Uma das instrutoras a Selma (Linda alma, linda pessoa, linda missão que ela assumiu aqui na terra), me repreendeu falando que eu não poderia ficar no carro e que eu teria que ficar junto dos meus irmãos.
Prontamente o meu ego gritou, “Eu faço o que quiser, ninguem manda em mim, eu não frequento religiões por causa dos dogmas que me obrigam a seguir e não será dessa vez que eu irei me sujeitar”. Tolice a minha kkkkkkkkkkkkkk.
Estava muito desconfortável no carro, mas posso falar pra vc que eu briguei, lutei, com muita dificuldades (esqueci de falar como o meu corpo estava se sentindo esse momento, estava muito enjoado. Todo movimento abdominal que fazia era extremamente doloroso), bem devagar eu consegui ir para o banco de tras do carro, mas estava o dobro de desconforto. Pensei algumas vezes, eu vou voltar para o banco da frente. Ai percebi que eu iria a todo momento passar de um banco para outro e a quela situação não iria me ajudar. Não tive escolha né, tive que sair do carro (logo lembrei da Selma me falando que não poderia ficar no carro).
Saindo do carro, com muito esforço eu resolvi sair da grama e ir para baixo do telhado. Consegui ficar sentado apesar das dores abdominais. Senti uma profunda sensação de solidão e vi que eu tinha que começar a conversar com alguem, mas não tinha ninguém perto de mim, que estivesse acordado.
De repente chegou um grupo de mulheres vindo em minha direção. Inicialmente eu imaginei que não eram pessoas encarnada, mas sim espíritos (pra vc ver o estado de consciência que estava)
Nesse momento eu conheci a Barbara (pessoa incrível, muito grato). Eu passei um resumo das coisas que tinha vivido e que estava esgotado de tanto sentir as coisas.
Comecei a ouvir os murmúrios, vamos Tomar Rapé. Logo pensei, meu Deus eu não aguento mais sentir mais nada, “Essa esponja ja está cheia”.
Tentei com todas as minhas forças fugir disso, mas como eu falei para várias pessoas (após tomar o rape, lógico), “Quando vc come Nuttela, não dá para sentir meio sabor da Nuttela, ou vc sente ou não sente”. Pra mim essa experiência foi como sentir um sabor, tinha que vivenciá-la por completo, não tinha opção.
Saudosa Selma, com toda sua energia, com todo seu espírito, com toda sua compreensão e entendimento, aplicou em mim o Rape.
Nossa que sensação incrível, posso comparar como se uma estrela caísse em minha cabeça especificamente no Sahasrara chakra. Uma energia incrível tomou o meu corpo , todos os músculos contraídos, uma energia da terra. Não era como se eu tivesse incorporado em um exu, mas como se eu fosse um exu . Meu espírito foi banhado de força , guerra, luta , conquista e glória . Ao mesmo tempo , encarnava em mim muita gratidão, humildade e alegria. Meu corpo se contorcia , risadas debochadas emanavam de mim.
Após esse turbulência e sobrecarga , veio a calmaria . Como se eu estivesse ido de 1000 a -50 . Essa calmaria era constrangedora , uma mudança muito rápida de estado. Como se eu fosse uma planta onde estivesse em um ambiente muito fértil e do nada tivesse que me adaptar em um ambiente infértil.
Senti muita dor , muito enjoo , muita dor abdominal.
Parte 3 - O Socorrista
Depois de passar um tempo sequelado, despertou em mim uma grande energia de amor e carinho, algo se iluminou em mim. Como se tivesse uma lâmpada dentro do meu peito , empoeirada e que essas coisas tivesse removido toda essa sujeira que impedisse a luz de passar.
Agora eu era uma versão melhorada e mais energizada de mim mesmo. Despertou em mim uma vontade de compartilhar essa sensação, mas não era o bastante compartilha-la em forma de energia, eu precisava de fato fazer com que a maior quantidade de pessoas sentissem o que eu senti e queria sentir o que elas estavam sentindo.
- Vilão e socorrista
Meu primeiro alvo foi o padrinho da minha filha, o Mario (pessoa única, o responsável por materializar todo o sentido de amizade e parceria), a pessoa que tinha me apresentado esse local maravilhoso. O questionei, você já tomou o Rapé ?
Não, eu não curto isso não, passei muito mal da última vez. Disse ele com uma cara de recusa e fuga.
Hahahahaha, como falei anteriormente, não tem para onde fugir, você já começou a experimentar esse sabor, ele invadirá o seu paladar a sua alma, pois o processo já começou.
Magicamente a Selma estava do meu lado, como se fosse um anjo da cura, a parteira pronta para abrir as portas da experiência de renascimento, o arcanjo que impulsionaria as pessoas para a evolução, para a elevação de suas percepções. Como se fosse uma mãe pássaro, responsável por ensinar seus filhos a voar, infelizmente a única forma é empurrá-los do abismo. É difícil, parece ser até cruel, mas é a única forma.
A energia de negação de Mario, decaiu ao passo que as palavras emanavam de Selma, era irresistível, ele sabia que não tinha escapatória.
Finalmente ele aceitou, a aplicação foi certeira.
Ajoelhado e transtornado, estava lá o meu irmão, enquanto ele sentia todos os sintomas, todos os efeitos, estava eu tentando auxiliá-lo ao passo que observando suas reações e dançava em sua homenagem. Meus olhos se abriram profundamente, como se fossem um receptor de todas as sensações sentidas.
Me espantei com a capacidade de receber de uma forma tão ímpar essa energia. Minha missão passou a ter uma integração maior com meus irmãos, convidá-los para ter a mesma vivência e sentir a mesma coisa que tinha sentindo.
Uma onda de simpatia tomou o meu ser. Passei a falar com os meus irmãos como se estivesse falando comigo mesmo. Como se uma conexão tivesse se estabelecido. Nesse momento tudo em mim era bondade, amor, carinho e compaixão.
Ali estava eu chamando meus irmãos. Eu e Selma com um só objetivo.
Pude invocar e cuidar de muitas pessoas. Em um dado momento existiam tantos a serem cuidados que procurava ficar alguns instantes com cada um. Foi linda essa sensação de estar ao lado dos meus irmãos, auxiliá-los, cuidar deles, apoiá-los e tentar transmitir meu amor e carinho para eles.
Só gratidão, por ter a oportunidade de cuidar deles, ser útil, parar de vibra minha energia no EU e passar a vibra-la em nós.
Gratidão, gratidão, gratidão.
## Parte 4 - O Louco
Pratiquei crossfit durante muito 3 anos. A cada treino pude elevar o meu corpo ao extremo.
O que achava de mais legal no Crossfit, foi a experiência de exaustão completa. A sensação de se jogar no chão após um treino e não ter a capacidade de mover um só músculo, é muito parecida com a experiência de quase morte.
No Tantra, pude viver momentos de êxtase profundo, contração de todos os músculos corporais, sentindo esse poder orgânico emanando de cada celular do meu corpo. Como se revelasse um sol dentro de mim e desintegra-se todo meu corpo em pura luz. Mas também pude reviver grandes traumas, que cuja lembrança me trouxe grande sofrimento, porém uma oportunidade de resinificá-lo.
Agora, pude experimentar um outro sabor desse caminho espiritual, um sabor nem melhor e nem pior, apenas diferente, um mesmo resultado porem com um método diferente.
Morte e renascimento
Alguma coisa me falava, foi tão boa, tão libertadora a sensação que tivemos com o Rape, que temos que prova-lo novamente, ainda essa noite. Divulguei a minha vontade a Selma.
Porem sentia que tinha que dar a oportunidade dos meus irmãos que ainda não tomaram. Não era justo eu experimentar 2 vezes e outros ainda não.
Minha ansiedade era obvia. Discretamente, várias vezes pedia o Rape para a Selma, mas nenhum momento encontrou-se oportuno. Era como se os Planetas não tivessem se alinhado o suficiente para isso.
Estava procurando minha amiga Aline para a aplicação do Rape. Pelo que entendi, ela estava muito temorosa da aplicação pois, momentos atras tinha perdido a consciência. Mas o momento cantava, Aline é dada a sua hora, não te darei nada que não possa suportar.
Rapidamente busquei água e papel para auxiliá-la. O Temos dela era claro. Como se o passarinho achasse que não estivesse pronto para pular.
Finalmente aconteceu. Meus olhos arregalados tomando cada detalhe do momentos, cada quadro era registrado pela minha orica, como se estivesse gravando um vídeo .
Ela estava bem, a força emitida era o suficiente, nem a mais, nem a menos.
Selma dançava, era claro que havia uma entidade ao lado dela. Uma entidade que fazia parte se sua energia e sua essência. Ela mantinha seu foco, afinal não era o momento de deixar sua consciência de esvair dando espaço ao seu guia. Ainda havia muito trabalho a fazer e assim foi feito.
Nossos pensamentos se materializam de alguma forma, afetando a realidade, como se pudêssemos manipular as energias e como mágica elas de tornassem solidas, saindo do campo do espiritual e indo ao campo material. Como se nossas mentes fosse um portal.
Meu desejo era inocente porem sincero. E finalmente foi realizado.
Parte 5 - É preciso trocar a água do balde, para mantê-lo cheio.
É dada a hora, é chegado o momento.
Meu instinto falava “Precisamos de mais”. Meu corpo clamava por descanso, ele estava exausto de enviar sinapses para minha convivência. Minhas energias estavam completas, meu balde estava cheio.
Mas como trocamos a água do balde sem remover a anterior ? Será que apenas completando, ou apenas fazendo ele transbordar, é o suficiente para ser renovada ?
Não, temos que nos desprender de tudo que temos para conseguirmos fluidos melhores.
É dada a hora Luã, o sabor a ser degustado não estava completo, esse momento era necessário, pois você escolheu assim.
O Rape estava em sua mão, a sua energia já estava equalizada, as vibrações encontravam-se em harmonia, a sinfonia do momento era regida por todos. Meu sentimento de gratidão já aflorado, estava pronto para uma nova explosão. O momento estava engatilhado como se fosse uma arma.
O aplicador encontrava-se na posição correta, o foco dela dirigia-se em uma das minhas narinas e com um sopro leve e certeiro, toda substância emergirá. Como um gatilho que dispara reações em cadeias. Imediatamente, senti como se um raio caísse sobre minha cabeça, meus gritos eram inevitáveis, minha concentração estava em respira pela boca enquanto uma porção de fatores aconteciam ao mesmo tempo.
Todo meu senso de equilíbrio foi perdido, não era mais possível ter pudor ou timidez, as sensações invadiam meu ser. Não era apenas dor que sentia, apesar de se uma grande porcentagem de minhas sensações. Senti como se estivesse encarnado, como se uma versão de mim mesmo tivesse caído do ceu.
Sentia com plenitude minha força que contraia cada fibra dos meus músculos. Sentia com plenitude minha na minha coragem, pois quem estava ali era o Luã em sua plena essência de de coragem, como se a própria palavra “coragem” fizesse parte do significado de mim.
Minhas mãos contorciam.
Minha ira queimava sob todo meu ser, como se pudesse soltar fogo de meus olhos.
Minha boca se abria como se estivesse sugando todas as energias desproporcionais e queimando-as através dos meus olhos.
Quem estava lá era totalmente minha essência de força e vitalidade.
Todos esses fatores aconteciam ao mesmo tempo, cada um revezando suas intensidades, como em uma orquestra, onde a cada momento um instrumento vibra de forma diferente.
Todo meu corpo emanava muita energia, até não sobrar nada. Meu corpo estava sofrendo uma experiência orgástica, onde o prazer não era sentido por mim, mas irradiado para as outras pessoas.
Logo que o ápice dos sentidos vinham, minhas energias se findaram. Findaram-se de uma forma onde não tive mais forças, todos os alarmes do meu corpo foram acionados. Não tive mais forças pra ficar de pé. Tudo em mim era agora DOR, enjoo e esgotamento. Meus musculos abdominais ao serem movimentados, expressavam uma angústia profunda.
Encontravasse eu lá estirado no chão, ao lado da fogueira, me perguntando , “Pq deixei, tanta energia se esvair de mim”.
Continua ….