A visita da minha Sombra

Unform

Em um dia de angústia, de profunda dor,

Ecoavam pensamentos de auto-destruidor.

A liberdade clamava, um grito sem fim,

Deixar tudo para trás, família, amor, enfim.


Ecos repetitivos, como um mantra sem paz,

A princípio, parecia ser o que a alma sempre traz.

Mas então, uma revelação, um súbito despertar,

Não era eu, era a sombra a falar.


Lembrei-me de Jung, sua teoria a ressoar,

A sombra em mim, querendo se libertar.

Já esteve no controle, de forma inconsciente,

Seus desejos são reais, mas para mim, inclemente.


A sombra gritava, querendo tomar o leme,

Mas seus desejos são destrutivos, um perigoso tema.

Não sabe o que é bom para nós, mas sua voz é clara,

Ela é parte de mim, uma verdade rara.


Para resolver esse conflito, não poderia calar,

O caminho da individuação, eu teria que trilhar.

Conciliar-me com a sombra, aceitar sua presença,

Ela é parte de mim, minha essência.


Então, em um ato de coragem, na parede escrevi,

Com a mão direita, a sombra em mim eu vi.

“Eu amo a minha sombra”, as palavras ressoaram,

E assim, luz e sombra, juntas caminharam.


Este poema é um conflito, uma luta interna e real,

Entre a luz e a sombra, um duelo sem igual.

Dentro de mim vivem, em constante dança,

A sombra e a luz, em perfeita balança.

"Buy Me A Coffee"

Written on July 10, 2023