A visita da minha Sombra
Em um dia de angústia, de profunda dor,
Ecoavam pensamentos de auto-destruidor.
A liberdade clamava, um grito sem fim,
Deixar tudo para trás, família, amor, enfim.
Ecos repetitivos, como um mantra sem paz,
A princípio, parecia ser o que a alma sempre traz.
Mas então, uma revelação, um súbito despertar,
Não era eu, era a sombra a falar.
Lembrei-me de Jung, sua teoria a ressoar,
A sombra em mim, querendo se libertar.
Já esteve no controle, de forma inconsciente,
Seus desejos são reais, mas para mim, inclemente.
A sombra gritava, querendo tomar o leme,
Mas seus desejos são destrutivos, um perigoso tema.
Não sabe o que é bom para nós, mas sua voz é clara,
Ela é parte de mim, uma verdade rara.
Para resolver esse conflito, não poderia calar,
O caminho da individuação, eu teria que trilhar.
Conciliar-me com a sombra, aceitar sua presença,
Ela é parte de mim, minha essência.
Então, em um ato de coragem, na parede escrevi,
Com a mão direita, a sombra em mim eu vi.
“Eu amo a minha sombra”, as palavras ressoaram,
E assim, luz e sombra, juntas caminharam.
Este poema é um conflito, uma luta interna e real,
Entre a luz e a sombra, um duelo sem igual.
Dentro de mim vivem, em constante dança,
A sombra e a luz, em perfeita balança.