Abandonem a fantasia de completude
Na vastidão do cosmos, sob a luz da ilusão,
Navega-se a fantasia, em busca de completude sem razão.
Como Ícaro, alçamos voo, tão perto do sol irracional,
Mas as necessidades da matéria nos puxam, um lembrete fatal.
Numa dança de sombras e desejos, o homem sonha acordado,
Esquecendo que sua essência, pelo finito, é sempre limitado.
Em busca de um todo que parece sempre escapar,
Nos corredores da mente, é preciso se reencontrar.
Despertar dos sonhos, num mundo de concreto e matéria,
É entender que nem sempre se alcança a inteira estória.
Mas em cada falha, em cada espaço vazio e frio,
Há potência para renascer, e encontrar o rio.
Ressignificar é o ato, de olhar o abismo e não temer,
Pois em sua profundidade, novos significados irão nascer.
Abandonar a busca cega, pela ilusão da completude,
É entender que em nossas imperfeições, encontramos a verdadeira atitude.
Pois somos feitos de estrelas e poeira, luz e escuridão,
E em nosso peito, batem desejos de entendimento e paixão.
Abandonem a fantasia, abracem o real e o concreto,
Pois é no agora e no imperfeito, que a vida encontra seu preceito.