Abandonem a ilusão da fantasia de completude
Em um lago de reflexos, Narciso se perdeu,
Eco, em silêncio, seu amor escondeu.
Ambos buscavam uma completude, uma união,
Mas encontraram apenas ilusão e desilusão.
Sinto o quebra-cabeça da alma se formar,
Um mapa da psique, sempre a se alterar.
A cada instante, uma nova transformação,
O que era certo, agora é mera ilusão.
As angústias de ontem, hoje já se foram,
As necessidades mudam, como as estações que se transformam.
E nessa dança constante de mudar e refazer,
Percebo que a completude é um sonho que nunca irei ter.
Ah, meu amor, em meio a essa incessante maré,
Não temas a carência, ela é o que nos faz mover.
O amor, tão fatal e inerente em sua essência,
Nos guia, nos molda, nos traz a experiência.
Por mais que busquemos a graça da paixão,
A verdadeira jornada é de autoconhecimento e reflexão.
Pois o amor já está, sempre a nos envolver,
E a completude é apenas um sonho, que devemos aprender a esquecer.