2025-03-03-Corda-curta
Corda Curta
Corro do laço que me prende,
das mãos que tentam me segurar,
mas sempre faltam dois dedos
para o nó se fechar.
Fujo dos gritos do tempo,
do peso que vem sufocar,
da sombra que insiste em seguir
e do sonho que vive a chamar.
No eco de uma infância travessa,
como quem dança e tenta escapar,
o destino, em busca de me conter,
sente a corda sempre faltar.
Entre fugas e reencontros,
cada passo é um grito mudo,
um anseio de ser capturado
por um abraço forte e seguro.
No cansaço de escapar,
descubro o segredo do reencontro:
quando o fôlego se desfaz,
o coração se torna pronto.
E o laço enfim se aperta,
entre a força e a esperança,
como um caminho que nunca desiste,
mas abraça sua dança.
E assim, entre correr e parar,
entre a sombra que me persegue
e o abraço que me chama,
encontro a paz que eu buscava,
no simples ato de me entregar
ao amor que nunca nega.
Eu me amo,
Eu amo minha família,
Eu amo a minha sombra.

