Dissecando O Desejo

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1. Natureza Instantânea do Desejo:

  • A velocidade da satisfação pode comprometer a criação do desejo.
  • O erotismo como desejo puro e a influência da internet na realização instantânea desse desejo.

2. Desejo de Ser Desejado:

  • O desejo humano mais profundo é ser desejado pelo outro.
  • A sociedade valoriza certas características, como beleza e inteligência, e marginaliza outras.
  • Exemplo do menino baixinho e da menina gordinha e como eles lidam com a rejeição.

3. Sociedade Pós-Moderna e Desejo:

  • A sociedade contemporânea oferece mais objetos de desejo e tecnologias que podem reduzir a frustração.
  • A tecnologia, como a internet, permite formas distantes de desejo e conexão.

4. Sublimação e Transformação do Desejo:

  • A sublimação é a transformação de desejos em expressões socialmente aceitáveis, como arte, esporte e trabalho.
  • A importância de transformar o desejo em sublimação para a construção da civilização.

5. Desejos Paradoxais e Auto-Sabotagem:

  • Muitas vezes, o que desejamos conscientemente é oposto ao que fazemos inconscientemente.
  • Exemplos de padrões de comportamento autodestrutivos e como a psicanálise sugere lidar com eles.

6. Conclusão:

  • O desejo é uma força poderosa que nos move, mas pode ser compreendido e direcionado.
  • Ao reconhecer e trabalhar com nossos desejos, podemos criar vidas mais significativas e satisfatórias.

1. Natureza Instantânea do Desejo:

O ser humano é perpetuamente movido por desejos. Desde a busca básica por alimento até aspirações mais complexas, como reconhecimento social, o desejo molda nossas ações e decisões. A transição do homem de seres puramente instintivos para criaturas de desejo é fascinante. Por exemplo, enquanto animais podem buscar abrigo instintivamente da chuva, humanos podem desejar uma casa específica em um bairro específico, influenciados por fatores culturais e sociais.

A sociedade e a cultura em que vivemos desempenham um papel crucial na formação de nossos desejos. Um adolescente pode desejar um tipo específico de tênis não porque é mais confortável, mas porque é popular entre seus pares. Nem sempre o que desejamos é benéfico para nós. Por exemplo, alguém pode desejar fumar, mesmo sabendo dos riscos à saúde, porque o ato de fumar é associado a uma imagem de rebeldia ou sofisticação.

A necessidade de validação é um desejo poderoso na era moderna. As redes sociais, por exemplo, amplificam esse desejo, onde a contagem de curtidas e seguidores pode ser vista como uma métrica de quão desejável alguém é. A cultura, ao moldar nossos desejos, pode impor certas expectativas que são difíceis de cumprir. Por exemplo, a pressão para se encaixar em padrões estéticos específicos pode levar a comportamentos autodestrutivos, como distúrbios alimentares.

A tecnologia tem um impacto ambíguo sobre o desejo. Enquanto facilita a satisfação de certos desejos, como comprar algo instantaneamente online, também pode criar novos desejos ou amplificar desejos existentes, como o desejo de viralidade ou reconhecimento online.


2. Desejo de Ser Desejado:

Para a França, existe uma médica pediatra que se transformou em psicanalista, Moni Moni, uma lacaniana. Ela, falando em nome de Lacan, menciona que o maior desejo, o desejo mais profundo do ser humano, é ser desejado pelo outro.

A sociedade valoriza certas características, como beleza e inteligência. Um menino, por exemplo, que é mais baixo e magro do que seus colegas, pode se tornar objeto de zombaria e rejeição. Ele pode ser alvo de comportamentos sádicos por parte de outros que têm medo de ser como ele. Esse menino pode criar fantasias onde ele se transforma e se vinga daqueles que o ridicularizaram. Da mesma forma, uma menina que é mais gordinha e não consegue se encaixar nos padrões estéticos da sociedade pode se tornar alvo de zombarias. Ela pode se identificar com o menino e ambos podem formar um vínculo, tentando cuidar um do outro, já que ambos sentem que não são desejados pela sociedade.

Muitas vezes, o que desejamos conscientemente é oposto ao que fazemos inconscientemente. Por exemplo, um jovem pode sabotar seus relacionamentos por medo de abandono, ou uma mulher pode escolher parceiros que a tratam mal porque, em algum nível, acredita que não merece ser amada. A psicanálise sugere que a chave está em reconhecer e entender esses desejos conflitantes, trazendo-os à luz da consciência e trabalhando com eles.

O desejo é uma força poderosa que nos move e nos molda. Ao reconhecer e trabalhar com nossos desejos, podemos criar vidas mais ricas, mais significativas e mais satisfatórias.


3. Sociedade Pós-Moderna e Desejo:

Nossa sociedade pós-moderna e a sociedade contemporânea trouxeram mais objetos de desejo, mais marcas, mais formas para o corpo, e nos apresentaram a possibilidade de que nossos desejos possam não nos frustrar. A tecnologia tem um papel fundamental nisso. Quando nos sentamos atrás de um teclado de um computador e conversamos com pessoas que podemos desejar sem ver, apenas por meio de uma fotografia ou vídeo, sem tocar, começamos a construir relações distantes e, muitas vezes, superficiais.

A velocidade com que os desejos são iniciados e concluídos na sociedade atual é alarmante. A imediatidade com que os desejos são satisfeitos, especialmente na era digital, pode levar a uma falta de profundidade e significado nas relações humanas. Por exemplo, um jovem pode se comunicar com alguém do outro lado do mundo através da internet e construir um relacionamento baseado em imagens e palavras, sem nunca ter um contato real.

A sociedade pós-moderna também trouxe consigo uma descrença em objetos de desejo a longo prazo. A rapidez com que os desejos são satisfeitos e a facilidade com que são substituídos por novos desejos podem levar a uma sensação de vazio e insatisfação.

A psicanálise sugere que a chave para lidar com esses desafios é reconhecer e entender nossos desejos conflitantes. Ao trazer esses desejos à luz da consciência e trabalhar com eles, podemos criar vidas mais ricas, mais significativas e mais satisfatórias.


4. Sublimação e Transformação do Desejo:

A sublimação é um conceito central na psicanálise, introduzido por Sigmund Freud. Refere-se ao processo pelo qual os impulsos e desejos inaceitáveis ou indesejados são transformados em atividades socialmente aceitáveis e até mesmo valorizadas.

Em outras palavras, é a capacidade de transformar energia de desejos primitivos ou impulsos que podem ser considerados inapropriados ou indesejados em ações produtivas e criativas. Por exemplo, alguém com impulsos agressivos pode canalizar essa energia para esportes ou artes marciais, transformando um potencial destrutivo em algo construtivo.

A sublimação é vista como uma defesa saudável, pois permite que as pessoas lidem com desejos e impulsos indesejados de maneira produtiva, sem causar dano a si mesmas ou aos outros.

É uma maneira de encontrar satisfação e expressão para desejos que, de outra forma, poderiam ser reprimidos ou manifestados de maneiras menos saudáveis. Através da sublimação, o desejo encontra uma saída que é tanto pessoalmente gratificante quanto socialmente benéfica.


5. Desejos Paradoxais e Auto-Sabotagem:

Muitas vezes, o que desejamos conscientemente é oposto ao que fazemos inconscientemente. Por exemplo, um jovem que, toda vez que se aproxima de uma mulher que realmente gosta, acaba sabotando a relação porque tem medo de ser abandonado. Ou aquela mulher que, mesmo desejando um relacionamento amoroso, acaba escolhendo parceiros que a tratam mal, porque em algum nível, ela acredita que não merece ser amada.

Esses desejos paradoxais surgem de experiências passadas, traumas, rejeições e crenças internalizadas ao longo da vida. O medo de abandono, por exemplo, pode ter raízes em experiências passadas, como a rejeição de um dos pais ou um relacionamento anterior em que foi traído.

A psicanálise sugere que a chave para lidar com esses desafios é reconhecer e entender esses desejos conflitantes. Ao trazê-los à luz da consciência e trabalhar com eles, podemos começar a fazer escolhas mais saudáveis em nossos relacionamentos e em nossas vidas.

Por exemplo, ao explorar suas experiências passadas e entender de onde vem seu medo de abandono, o jovem pode começar a fazer escolhas mais saudáveis em seus relacionamentos. Da mesma forma, a mulher que escolhe parceiros que a tratam mal pode começar a explorar sua autoestima e suas crenças sobre o amor e os relacionamentos.

Em última análise, o desejo é uma força poderosa que nos move e nos molda. Mas, ao mesmo tempo, é uma força que pode ser compreendida e direcionada. Ao reconhecer e trabalhar com nossos desejos, em vez de sermos controlados por eles, podemos criar vidas mais ricas, mais significativas e mais satisfatórias.


6. Conclusão:

Muitas vezes, nos perdemos em padrões de comportamento que repetimos sem nem mesmo entender por quê. Como aquele jovem que, toda vez que se aproxima de uma mulher que realmente gosta, acaba sabotando a relação porque tem medo de ser abandonado. Ou aquela mulher que, mesmo desejando um relacionamento amoroso, acaba escolhendo parceiros que a tratam mal, porque em algum nível, ela acredita que não merece ser amada.

A psicanálise sugere que a chave está em reconhecer e entender esses desejos conflitantes. Em trazê-los à luz da consciência e trabalhar com eles, em vez de sermos controlados por eles. Por exemplo, o jovem que sabota seus relacionamentos pode começar a explorar suas experiências passadas e entender de onde vem seu medo de abandono. Da mesma forma, a mulher que escolhe parceiros que a tratam mal pode começar a explorar sua autoestima e suas crenças sobre o amor e os relacionamentos.

Em última análise, o desejo é uma força poderosa que nos move e nos molda. Mas, ao mesmo tempo, é uma força que pode ser compreendida e direcionada. Ao reconhecer e trabalhar com nossos desejos, em vez de sermos controlados por eles, podemos criar vidas mais ricas, mais significativas e mais satisfatórias.


Referência

https://youtu.be/KYkEyQzfvgU?si=qFVr28aVxhHB-Goy


"Buy Me A Coffee"

Written on October 24, 2023