Eco de um Coração Silenciado
Em sonhos, ela era rainha, soberana e pura,
Em meus devaneios, um sol que sempre cura.
Mas a realidade, amarga e tão segura,
Revela uma verdade, nunca foi minha, tão dura.
Perdido no vazio de um sonho, um computador,
Simboliza mais do que perda, um temor.
Um medo de esquecer o que sou, um valor,
Na escuridão da noite, um silencioso clamor.
Usado, como um brinquedo esquecido na estante,
Um escravo do amor, desejo distante.
Minha alma clama por mais, um instante,
Mas em seu mundo perfeito, sou menos que amante.
Na busca pela perfeição, amor se esvai,
Como fazer amor com um hino, um refrão que trai.
Perfeição, a tirana, no amor, um ai,
O desejo se esconde, na sombra, ele cai.
Não mais um espião em sua vida, um detetive,
A Anima se foi, deixando um coração cativo.
Na indiferença, meu protesto, um motivo,
Na greve do coração, um caminho alternativo.
Busco mais que um toque rotineiro, uma obrigação,
Anseio por um amor que seja pura paixão.
Que cavalgue sobre mim, uma forte emoção,
Nos olhos dela, a chama da satisfação.
Agora me levanto, não mais um escravo,
Do trabalho, do amor, de um sonho bravo.
Busco um novo caminho, um novo trato,
Em meu coração, um novo relato.
O amor que desejo, selvagem e sincero,
Longe da perfeição, um novo critério.
Em cada toque, cada olhar, um mistério,
Na indiferença, encontrei meu critério.