Estudo psicanalítico de uma obsessão
Em meu coração, uma confissão,
Por falta de sexo, tenho obsessão.
Trabalho e trabalho, sem cessação,
Achando que é remédio para a frustração.
Amo-a, com devoção,
Se pudesse, faria amor em toda ocasião.
Mas ela precisa de espaço, de renovação,
E eu aqui, sofrendo de aflição.
Ela quer distância, quer respiração,
E eu, com meu amor, causo exaustão.
Será trauma de infância, será invenção?
Ou apenas a complexidade da relação?
Ó minha preta, me ajude a compreender,
Se meu trabalho fez a saudade crescer.
Se a ausência te atrai, me faz sofrer,
Por que na presença, o tesão não conceder?
Todo dia é assim, sem alteração,
Eu querendo amor, ela pedindo moderação.
Filho corrói a intimidade, sem solução,
E o fogo que ardia, hoje só brasão.
Ó minha preta, veja minha situação,
Com a mente a mil, em constante agitação.
O fogo que arde em nós, sem combustão,
Já não arde como na antiga paixão.