Habilidade de se desconstruir para construir
Habilidade de se desconstruir para construir
Fiquei um período sem tocar minha fronte,
Pelas feridas formadas, cada uma, uma chaga ardente,
Cada gonorreia, um trauma, uma dor latente,
Revelando-se, gritando, clamando por ser ouvida, urgente.
Certo dia, ele decidiu se libertar,
Raspou a cabeça, deixando o passado para trás,
Mas ao tocar sua pele, sentiu a história a pulsar,
Como uma língua em braille, contando segredos jamais ditos atrás.
Eram marcas de vida, de dor e de alegria,
Cada buraco, uma memória, um pedaço de sua alma,
Sentimentos, angústias, amores, dias de euforia,
Qualidades e defeitos, formando sua calma.
O corpo humano é finito, mas nossa jornada é vasta,
Vivemos mil faces, mil pensamentos, mil versões de nós,
O “eu”, ah, o “eu”, sempre em busca de resposta,
Questiona, indaga, busca entender sua voz.
Dessa vida, não levamos nada, apenas o que somos,
Quanto mais nos desconstruímos para construir, mais vemos a luz,
Libertos das sombras da caverna, voamos altos, compondo novos ritmos,
Referindo-me ao mito de Pitágoras, onde a verdade nos seduz.
Se Deus é o vazio, o nada, a ausência,
Shiva, com seu terceiro olho, trouxe o vazio para si,
Limpei tudo, agora sou pura essência,
Nada resta, nada sobra, apenas o que aprendi.