Migalha de tesão
Em meio à tristeza e à raiva, um poema se desenrola,
De um amor outrora ardente, agora frio como a esfera polar.
Não mais colherei migalhas de um desejo que se esvai,
Nem navegarei em mares de enganos, onde a paixão não mais.
Fui livre para explorar, para sentir, para errar,
E essa liberdade, em seu peito, causou um corte profundo.
Fria e pálida, em seu toque, em seu sexo,
A chama que outrora ardia, agora apenas fumaça.
Não mais serei prisioneiro de um amor sem paixão,
Nem adorarei a deusa que manipula com precisão.
Falamos línguas diferentes, você e eu,
A minha é feita de fogo, de prazer, de intensidade.
Se a saudade é o que te fortalece, para mim, ela é uma lâmina,
Não sou sádico, não sou, não posso me deleitar com a dor.
Amo-me, respeito-me, e não posso me submeter,
A um amor que não arde, que não queima, que não me faz viver.
Sexo não é tudo, mas é um pilar que sustenta,
E sem ele, nosso amor, desmorona.
Inconformado, triste, raivoso, mas ainda assim, livre,
Busco um amor que arda, que queime, que me faça reviver.