Não me deixarei esquecer
Em meio ao silêncio da libido, encontrei um caminho,
A solidão do desejo, a sós, em meu próprio ninho.
A cada dia, um ritual, uma forma de me libertar,
Da repressão que me envolve, do amor que não pode se expressar.
Abri as portas do nosso amor, para outros ventos soprar,
No início, uma brisa fresca, um novo mundo a explorar.
Mas logo a novidade se tornou obsessão,
E me vi preso novamente, em outra prisão.
Culpei-me, por um tempo, por ter escolhido esse caminho,
Mas lembro-me agora, do porquê de ter buscado outro ninho.
O encanto, a magia, o frio na barriga de alguém novo,
Era como um farol, um brilho renovado.
Com o tempo, a luz se apaga, a sensação se esvai,
Mas foi eterno, enquanto durou, um amor que jamais traí.
Hoje, o ciclo se repete, a libido em baixa, gestos que falam mais que palavras,
O amor é uma estrela, o sexo seu combustível, o carinho sua atmosfera.
Não me deixarei esquecer, do amor que ainda arde,
Da liberdade que busquei, do tesão que se faz tarde.
Em cada gesto, em cada palavra, em cada olhar,
Ainda há amor, ainda há desejo, ainda há um nós para se amar.