O eclipse do meu ser
No firmamento, um encontro marcado,
Sol e Lua, em dança celestial alinhado.
A prata da noite toca o ouro do dia,
Um eclipse se forma, alquimia e magia.
Dentro de mim, sinto o mesmo espetáculo,
O consciente e o inconsciente, um diálogo táctil.
Os opostos se encontram, na escuridão se abraçam,
Novas cores emergem, velhas sombras se laçam.
O céu e o íntimo, espelhos de mistério,
Revelam o caminho para o centro, o relicário.
O oculto se desvela na luz ofuscante,
O visível se esconde na sombra distante.
O eclipse, portal para o desconhecido,
Um convite à introspecção, o velho desvestido.
As sombras dançam com a luz em fusão,
Revelam a face oculta da criação.
A essência da prata, a nobreza do ouro,
Juntos tecem o tecido do tesouro.
No céu como dentro, a dança se faz,
Na união dos opostos, a verdade jaz.
O som do silêncio, o brilho da noite,
A paz na turbulência, o oculto à vista.
Assim, o eclipse revela, em sombra e luz,
A trilha para o centro, a essência da cruz.