O gosto do Amadurecimento
No jardim da vida, um fruto se forma,
Na árvore do tempo, a maturidade se torna norma.
Um sabor novo, uma sensação estranha,
Paz e medo, amor e insegurança em campanha.
Como aquarela, os sentimentos se fundem,
Dor e prazer, em um abraço, se confundem.
É o gosto de amadurecer, de entender o tempo presente,
De não fugir do que se é, de ser autenticamente gente.
Maturidade é ser senhor de si, sem desculpas ou arrependimentos,
É aceitar os outros como são, sem julgamentos.
É entender que o que fazemos, nos faz bem,
E se não nos faz, é um ato de autossabotagem, também.
É viver em paz com o que não podemos mudar,
Fazer o melhor com os dons que Deus nos deu para trabalhar.
A felicidade de emanar a essência, o eu real,
A capacidade de ser imperfeito, de ser original.
A qualidade da imperfeição nos torna únicos, é verdade,
Estou feliz por perder a maratona de fugir de minha identidade.
Meu eu me invade como uma enxurrada,
Feliz por estar inundado de mim, pela água sagrada.
E quando essa água se secar,
Saberei que serei pó, e mais nada.
E quando a Deus prestar esclarecimentos,
Direi, vim para ser eu, com todos os meus elementos.
Por que não fui forte como Hércules, esperto como Ganesha, heroico como Aquiles?
Porque vim para ser eu, com todas as minhas maravilhas e fragilidades.
Porque vim para ser Govinda, em minha singularidade,
Eis o gosto do amadurecimento, a doce liberdade.