Palavras ditas por gestos
Você pediu por tempo, e eu, surdo ao seu apelo,
Segurei firme, quando quatro dias pareciam um pesadelo.
Quarenta e cinco dias se passaram, e a saudade se esqueceu,
Você pediu “hoje não”, e em silêncio, meu coração entendeu.
“No peito não”, você disse, “está sensível”, e eu respeitei,
Um amor no Japão floresceu, e em silêncio, eu me calei.
Como posso viver em um amor que me aprisiona, eu não sei,
Família e filhos são bênçãos, mas a abstenção é um preço que não paguei.
Em meio a águas turvas, busco a felicidade,
Mas a solução parece distante, perdida na imensidão da saudade.
Palavras ditas por gestos, silêncios que falam mais que vozes,
Em cada olhar, em cada toque, em cada escolha, são cruzes.
Amor que aprisiona, amor que liberta,
Em cada gesto, uma palavra, em cada silêncio, uma descoberta.
Como ser feliz, em meio a essa tormenta, eu não sei,
Mas em cada gesto, em cada silêncio, a resposta eu buscarei.