Saudade que fere saudade que transcende
A saudade me fere, a saudade te excita,
Como um gato, venho a ti, com carinho infinita.
Tão fácil me tens, em teus braços me encaixo,
Minha represa transborda, no teu desejo me faço.
A tua saudade se enche, e a minha se esvazia,
No toque, no sexo, na nossa poesia.
Mas quando o prazer se torna rotina,
O encanto se perde, a paixão declina.
Entendo agora, a diferença entre nós,
A fisiologia que nos separa, a distância atroz.
A saudade que me fere, a liberdade que me prende,
Um assunto mal resolvido, uma ferida que não se rende.
Agora entendo, respeito a distância,
Entre o desejo masculino e o feminino em dança,
Mas essa saudade me fere, me tira a confiança,
De ser livre, de viver sem a esperança.
Uma pergunta sem resposta,
O que te dá tesão?
A saudade é a resposta,
E ela me fere, sem compaixão.
Vomitei o caco, mas ele permanece,
Na garganta, na alma, onde a dor não cessa.
Como um gato, eu ronrono, mas também arranho,
Na saudade do sexo, no amor, no estranho.
Um problema mal resolvido, um caco a vomitar,
Mas o que acontece quando ele permanece a atormentar?
Uma pessoa, capaz de resolver problemas tão complexos,
Não é capaz de responder, o que te dá reflexos?
Um problema mal resolvido, um caco a engolir,
Mas o que acontece quando ele permanece a insistir?
Uma pessoa, capaz de resolver problemas tão profundos,
Não é capaz de responder, o que te dá segundos?
A resposta é amar, amar, amar,
Mesmo com a saudade a me ferir.
Amar até o fim, até o mar,
Secar e em deserto se converter
A saudade do sexo, a carência,
Como um gato, sempre a buscar.
Amar, amar, amar, sem prudência,
Até a saudade se dissipar.