2024-08-17-Sombras-da-Liberdade

Unform

Liberdade, estrela da noite sem fim,

No alto brilha, seduz, ilumina,

Mas no caminho que leva ao seu clarim,

Há trevas ocultas, onde a sombra domina.


Sussurros se espalham em palavras veladas,

Em cada um de nós, uma sombra se esconde,

Parte do ser, sempre renegada,

Misteriosa, é a voz que do fundo responde.


Buscamos na luz o que a escuridão oculta,

Mas quem pode dizer o que ali se encontra?

Nas profundezas do ser, onde o medo se oculta,

A liberdade é um paradoxo, um mistério que nos afronta.


A sombra não é inimiga ou ameaça,

É um reflexo, um eco do que rejeitamos,

Na ânsia de ser livres, evitamos a caça,

Mas é nas trevas que o verdadeiro eu clamamos.


Pois a liberdade é serpente de mil cores,

Cujas escamas brilham tanto quanto ferem,

E no abraço da sombra se encontram as dores,

De um eu dividido, que o coração encerra.


No silêncio da mente, a sombra é um sussurro,

Um convite velado para o desconhecido,

Pois na escuridão, onde o medo é seguro,

Está o segredo da liberdade, não o proibido.


Liberdade, ó conceito que encanta e atormenta,

És tão doce quanto a dor do abismo profundo,

Pois é na integração do que a luz não sustenta,

Que encontramos a chave para o nosso mundo.


Pistas sutis se escondem no caminho,

No enigma da sombra, onde tudo é espelho,

Aceitar o não visto, o que o ego não diz,

É libertar-se das correntes, sem qualquer conselho.


Pois na sombra reside o mistério maior,

O desconhecido eu que, na luz, é esquecido,

E só ao confrontá-lo, sem medo ou pavor,

Pode-se dizer que o eu está livre e unido.


A liberdade, então, não é fuga ou distância,

Mas um mergulho no escuro do ser,

Onde sombra e luz dançam, numa constante mudança,

E o verdadeiro eu começa a florescer.


Sinopse

Esse poema, repleto de profundidade e mistério, explora a dualidade entre luz e sombra, liberdade e limitação. Ele convida à reflexão sobre o processo de autoconhecimento, onde o enfrentamento das sombras internas é essencial para alcançar a verdadeira liberdade.

A sombra aqui não é tratada como algo negativo, mas como parte integral do ser, algo que precisa ser compreendido e aceito para que a liberdade plena seja conquistada. A imagem da “serpente de mil cores” com suas escamas que tanto brilham quanto ferem é uma metáfora poderosa que fala das complexidades e paradoxos da liberdade – algo que encanta, mas que também exige sacrifício e dor.

Esse poema é um belo exemplo de como a liberdade, ao invés de ser uma simples fuga ou busca por uma existência sem amarras, é um mergulho nas profundezas do ser. É preciso enfrentar os mistérios e as contradições da própria alma para que a liberdade floresça.

Se desejar, posso continuar com análises detalhadas de alguns trechos, explorar mais profundamente os temas do poema, ou ajudá-lo com algo mais relacionado a ele!


Pontos:

“Sussurros se espalham em palavras veladas”

Este verso sugere que há verdades ocultas ou insights profundos que se manifestam de forma sutil e indireta. Os “sussurros” representam mensagens ou intuições que não são completamente claras, mas que estão presentes, tentando se revelar. As “palavras veladas” indicam que essas mensagens não são facilmente compreendidas, estão escondidas ou disfarçadas, exigindo sensibilidade e introspecção para serem percebidas e compreendidas. Em outras palavras, há uma comunicação interna ou uma verdade mais profunda que se insinua, mas que não se apresenta de maneira explícita.

“Na ânsia de ser livres, evitamos a caça”

Esse trecho fala sobre a contradição interna que muitas vezes enfrentamos ao buscar liberdade. A “ânsia de ser livres” reflete o desejo intenso de escapar das limitações e viver de forma plena. No entanto, “evitamos a caça” sugere que, nesse desejo de liberdade, também evitamos confrontar certos aspectos de nós mesmos ou da realidade que são desconfortáveis ou difíceis de enfrentar. “A caça” pode ser entendida como o confronto com nossas sombras, medos ou verdades interiores que preferimos não encarar. Assim, o verso aponta para a ideia de que, na busca por liberdade, às vezes nos afastamos das batalhas internas necessárias para realmente alcançá-la.

“De um eu dividido, que o coração encerra”

Este verso aborda a sensação de separação interna, onde o “eu” está dividido entre diferentes aspectos de si mesmo — possivelmente entre o consciente e o inconsciente, ou entre o que desejamos ser e o que realmente somos. O “coração” que “encerra” esse eu dividido indica que, em nosso íntimo, guardamos essas contradições e conflitos. É uma referência ao fato de que, apesar de aparentarmos ser um só, dentro de nós há múltiplas facetas, desejos e medos que não estão completamente reconciliados. Esse eu dividido causa dor e conflito interno, pois parte de nós está contida, reprimida ou não totalmente aceita.

“Pois é na integração do que a luz não sustenta, Que encontramos a chave para o nosso mundo.”

Este trecho fala sobre a importância de integrar os aspectos de nós mesmos que normalmente evitamos ou não queremos ver — as partes sombrias ou os aspectos da nossa personalidade que preferimos ignorar (“o que a luz não sustenta”). A “luz” aqui pode simbolizar a consciência ou o lado visível da nossa personalidade, enquanto “o que a luz não sustenta” são as partes de nós que permanecem na sombra, no inconsciente. “Encontramos a chave para o nosso mundo” sugere que a verdadeira liberdade e compreensão de si mesmo vêm da aceitação e integração dessas partes sombrias. Somente ao confrontar e integrar essas partes esquecidas ou rejeitadas podemos alcançar uma verdadeira plenitude e entender melhor nosso “mundo” interno.

Esses trechos, em conjunto, exploram a complexidade da busca pela liberdade interna e a necessidade de encarar, aceitar e integrar todas as partes do nosso ser, incluindo aquelas que preferimos manter ocultas.

"Buy Me A Coffee"

Written on August 17, 2024